Relato: Conselho de Classe

Pedagogas: Sandra Cristina Schram, Marcia Regina Menon da Silva e Terezinha Tortato
Instituição: C. E. José de Anchieta
Município / Estado: Ibema - Paraná
Segmentos em que foi aplicado: Alunos, Professores, Pais,
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Relato

A partir dos estudos realizados nas jornadas pedagógicas de 2006 iniciamos a construção de uma proposta de trabalho pedagógica para o desenvolvimento do Conselho de Classe, numa perspectiva de participação democrática, tendo por objetivo refletir sobre o trabalho pedagógico desenvolvido na escola como expressão do ato de ensinar e aprender.

Assim, ao longo desses anos, sistematizamos uma forma diferenciada para atuar no Conselho de Classe. Pelos debates com professores, alunos e equipe pedagógica entendemos que estamos próximos, com essa prática adotada na escola, de um Conselho de Classe mais democrático, em que se avalia todo o processo pedagógico desenvolvido na escola e que tem como sujeitos sociais todos os segmentos representados pela comunidade escolar. Buscamos com tal prática dar vez e voz a alunos, professores, pais, e assim, a partir de um exercício coletivo, alcançar melhorias significativas rumo a uma educação de qualidade. Nossas referências são: o Projeto Político-Pedagógico da escola e o Regimento Escolar.

Dessa maneira, o Conselho de Classe que estamos construindo ao longo dos últimos anos em nossa prática pedagógica escolar vem sendo compreendido como um processo e, sendo assim, deve ser efetivado ao longo da caminhada pedagógica escolar, tendo em vista a soma dos diversos olhares, o maior conhecimento do objeto que se avalia, com o intuito de obter tomadas de decisões mais acertadas para o melhor atendimento pedagógico, por meio do maior conhecimento do aluno, numa análise dialética, considerando a totalidade. Realizamos o conselho de classe bimestralmente, em seis momentos distintos, sendo eles:

1º Momento:
Consulta às turmas, realizado na semana que antecede a data do Conselho de Classe, prevista no calendário escolar,  para reconhecimento da realidade do processo ensino-aprendizagem por meio de:
  • debates sobre a função da escola;
  • dificuldades encontradas no processo (administrativas e pedagógicas);
  • pontos relevantes do processo;
  • sugestões para superação das dificuldades e novos encaminhamentos.
2º Momento:
Elaboração de relatório, pelos pedagogos, a partir dos dados levantados.

3º Momento:
Consulta aos docentes para observação e análise (realizado na data do Conselho de Classe):
  • autoavaliação do professor sobre seu trabalho pedagógico durante o bimestre (como colocou em prática as linhas de ação comuns propostas no bimestre anterior; em que avançou, que dificuldades teve; que inovações na metodologia ou avaliação conseguiu colocar em prática; a que causas atribui o sucesso ou a falha nas tentativas que fez);
  • análise diagnóstica da turma (hipóteses de causas dos problemas, influência negativa ou positiva da metodologia, pertinência e significância dos conteúdos, formas de avaliação, relações interpessoais);
  • paralelo das análises levantadas por alunos e professores;
  • linhas de ação ou ações concretas (atitudes);
  • análise dos casos mais relevantes de cada turma.
4º Momento:
Conversa com pais, debatendo a visão destes sobre a escola e o processo ensino-aprendizagem. Orientando-os quanto:
  • a importância da família na educação dos filhos;
  • participação dos pais na vida escolar (estudos, organização do tempo, tarefas escolares, ...);
  • atribuições de responsabilidades, valores e limites aos filhos;
  • influência e contribuição dos pais no desempenho escolar dos filhos;
  • entrega dos boletins, com resultados da aprendizagem dos alunos, momento de conversa entre pais e professores.
5º Momento:
Ação concreta:
  • retorno com as turmas sobre as propostas de trabalho a serem efetivadas;
  • acompanhamento individualizado dos alunos com dificuldades de aprendizagem, por meio de práticas que contribuam para a superação (conversas, acompanhamento de frequência, desempenho nos conteúdos, trabalhos intra e interpessoais ...);
  • atendimento individualizado ao professor para análise do processo metodológico e de avaliação adotados, visando à qualidade do ensino para que esteja de acordo com a proposta pedagógica da escola;
  • momentos individualizados com a família do aluno com baixo rendimento, para ações coletivas, objetivando a sua aprendizagem.
6º Momento:
Grupos de estudos com professores para discussões dos temas relevantes: avaliação, recuperação paralela, disciplina, planos de ensino, proposta curricular.

A cada novo conselho, retoma-se as análises do conselho anterior, para observação dos avanços e continuidade dos trabalhos propostos.

“A prática de pensar a prática é a melhor maneira de pensar certo”.
(Paulo Freire)


Referências

BRASIL: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB - nº 9394 de 20 de Dezembro de 1996.

SAVIANI, D. Escola e Democracia. 27ª ed. Campeiros, São Paulo : Autores Associados, 1993.

HOFFMANN, J. M. L. Avaliação: Mito ou Desafio. Uma perspectiva Construtiva. 12º ed. Porto Alegre : Educação e Realidade, l993.

LUCKESI, C. C. Prática Docente e Avaliação.Rio de Janeiro : ABT, 1990.
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